Com cerca de 12,5 milhões de desempregados no País, conforme dados do terceiro trimestre de 2018 (julho a setembro), divulgados pelo IBGE, o desemprego encontra-se em um nível bastante elevado. Sem sombra de dúvidas, é um dos grandes problemas que precisará constar na pauta de prioridades da equipe econômica do novo governo. Caso não seja controlado, o desemprego pode provocar reduções no consumo e na produção, agravando ainda mais o drama social de milhões de famílias que dependem exclusivamente da renda do trabalho para pagar suas contas.
Desde o primeiro semestre de 2016, o desemprego atinge mais de 10 milhões de brasileiros. A taxa alcançou o seu auge no primeiro trimestre deste ano, quando chegou a quase 13,7 milhões de pessoas. O elevado número de trabalhadores sem emprego é fruto da recessão econômica iniciada em 2014. Nesse período, as empresas reduziram os investimentos e demitiram milhões de pessoas, mantendo um enorme contingente de desempregados.
Nos setores onde houve aumento na quantidade de vagas, este número refere-se, em sua maioria, a empregos sem carteira assinada, cujo incremento foi de 4,7%, em comparação ao trimestre anterior (abril a junho). Esse cenário demonstra que, na busca por alternativas para sobreviver, muitos encontram na informalidade a única oportunidade de conseguir alguma renda para sustentar suas famílias.
O melhor remédio para reduzir o desemprego é o crescimento econômico. Para isso, será necessário arrumar as contas públicas, criando condições para reduzir ainda mais os juros para o consumidor. Com o aumento do consumo e dos investimentos privados, o mercado de trabalho voltará a se recuperar. Os ajustes nas contas públicas irá exigir também a execução de um conjunto de reformas com destaque para três áreas: a previdenciária, a tributária e a desburocratização da atividade empreendedora. Sem elas, dificilmente criaríamos os alicerces para avançarmos na área econômica.
Ricardo Paixão é presidente do Corecon-ES